José Alves Tobias
(Rio de Janeiro/RJ, 06 de março de 1939)
(Rio de Janeiro/RJ, 11 de maio de 1999).
José Ricardo foi um cantor, compositor e ator brasileiro, integrante do movimento “Jovem Guarda” com atuação em música, rádio, teatro, cinema e TV. José Ricardo se destacou também pela beleza de sua voz e solidariedade com artistas em situações adversas de vida. Descendentes de italianos, filho de Mafalda, José Ricardo se mudou aos DEZ anos do bairro da Tijuca para IAPI - Penha, onde o pai, Sr. Philemon Tobias, ex-jogador de futebol, campeão pelo “São Cristóvão” e marceneiro chefe da empresa do arquiteto Sérgio Rodrigues na construção de Brasília, recebera por sorteio um apartamento financiado. José Ricardo iniciou a carreira artística ainda criança, se apresentando no programa "Ritmos da Polícia Militar", na “Rádio Guanabara”. Sua avó materna, Pascoalina Vivona, era imigrante italiana e estimulou sua vocação. Posteriormente, José Ricardo se apresentou em programa de calouros comandado por Isaac Zaltman, na “Rádio Mauá”. José Ricardo começou a cantar na “Rádio Guanabara”, logo se apresentando em outras emissoras e sendo amparado por Cléber Figueiredo e Haroldo de Andrade. A primeira gravação de José Ricardo aconteceu num teste na “RCA Victor”, onde cantou "Tudo de Mim", sucesso de Altemar Dutra. José Ricardo recebeu da “Revista do Rádio” o prêmio de "Revelação do Ano". Contratado pela “RCA Victor”, José Ricardo gravou um compacto simples com a canção "Eu Que Amo Somente a Ti", versão da canção italiana "Io Che Amo Solo Te”. José Ricardo lançou o LP "Eu que Amo Somente a Ti" e participou do LP "Rio de Janeiro 400 Anos", interpretando "Terra Carioca" e "Rio de Janeiro". Com o sucesso, José Ricardo participou de diversos programas no rádio e TV, se apresentando por todo o país. José Ricardo atuou como ator no filme "Jovens Prá Frente", ao lado de Jair Rodrigues, Rosemary e Oscarito, que encerrava a sua atividade cinematográfica naquele ano. O programa "Encontro Com os Brotos", apresentado por José Messias na “Rádio Guanabara”, permitiu-lhe ser um dos precursores da “Jovem Guarda” que, na mesma época, a partir do programa da TV, começava a estourar em São Paulo. José Ricardo foi contratado da TV Record e seu nome foi eternizado na música “Festa de Arromba” no trecho (...Sérgio e José Ricardo esbarravam em mim ...). A carreira seguiu e José Ricardo realizou dezenas de gravações em mais de SESSENTA compactos simples/duplos, LPs, CDs, coletâneas e regravações. voz possante e doce, José Ricardo não se limitou apenas ao repertório romântico da “Jovem Guarda”, mas realizou diversas gravações para meio de ano e carnaval e rompeu fronteiras com temporadas no exterior, sobretudo em Portugal onde chegou a ser homenageado pelo presidente Mário Soares. José Ricardo gravou discos em espanhol e teve seu trabalho distribuído por toda América Latina. José Ricardo lutou pela criação dos bailes populares da Cinelândia, buscando a revitalização do carnaval carioca. O projeto abriu novo campo de trabalho para inúmeros artistas e é realizado até hoje. No Réveillon de 1998/1999, José Ricardo fez, na praia de Copacabana, seu último grande show. Carioca apaixonado pela cidade, José Ricardo foi homenageado pela “Prefeitura do Rio de Janeiro” e no bairro de Gericinó, há a Estrada José Ricardo. Além da atuação artística, por sua personalidade solidária, José Ricardo sempre lutou para ajudar artistas em dificuldade. Vários colegas foram homenageados por iniciativa sua. José Ricardo assumiu como membros de sua família, Linda Batista, Odete Batista e Dircinha Batista (as “Irmãs Batista”) que tiveram grande sucesso na “Época de Ouro do rádio” e passavam por necessidade. A relação de afeto, solidariedade e amor com as cantoras serviu de inspiração para a peça "Somos Irmãs", de Sandra Louzada. O espetáculo, dirigido por Cininha de Paula, Ney Matogrosso e Marco Rodrigo, foi um dos musicais de maior sucesso no Brasil e vencedor de vários prêmios. Por sua história e lição de vida, seu filho Luiz Murillo Tobias e a atriz Nicette Bruno decidiram continuar suas ações beneficentes em prol da arte através da criação de uma entidade filantrópica. O resultado foi a criação da “FUNJOR - Fundação Sócio-Cultural José Ricardo” no já extinto “Teatro Sidney Domingues” no Rio de Janeiro. A entidade desenvolveu até sua extinção, uma centena de ações sociais e agregou diversos artistas em sua causa, Emilinha Borba, Nicette Bruno, Jerry Adriani, Agnaldo Timóteo, Marlene, Ellen de Lima, Wanderléa, Suely Franco, Adelaide Chiozzo, Luiz Vieira, Gerdal dos Santos, José Messias, Claudia Telles, Pery Ribeiro, Rosa Marya Colin, Lilian Knapp, “Golden Boys”, Ataulfo Alves Jr., Jorge Goulart e diversos outros de diferentes áreas estilos e gerações. José Ricardo era casado com Helcy Maria Tobias com quem teve dois filhos Luiz Murillo Tobias e José Ricardo Tobias. José Ricardo morreu de vitimado por um agressivo câncer de pâncreas.